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A Voz da Razão (Original: Głos rozsądku) é uma sequência de interlúdios presentes no livro O Último Desejo, da série The Witcher de Andrzej Sapkowski. Nessa narrativa, Geralt, após se recuperar de ferimentos causados em um confronto com uma estrige, permanece no Templo de Melitele, em Ellander. Durante sua convalescença, ele interage com a sacerdotisa Nenneke e com Iola, uma noviça que fez voto de silêncio. Os interlúdios servem como momentos de introspecção e reflexão para o protagonista, entrelaçados com lembranças de suas aventuras passadas. Através dessas interações, o autor explora temas profundos, como fé, moralidade e destino.

A voz da razão 1[]

Geralt, ainda atordoado após a noite em que enfrentou a estriga, desperta em um aposento simples do Templo de Melitele, em Ellander, ao som suave de passos que não se quebram em palavras — era Iola, a noviça que fizera voto de silêncio, trazendo consigo uma serenidade quase sagrada que contrastava com as cicatrizes recentes de Geralt. . Ao vê-la, Geralt demonstra um relaxamento imediato; ela acende uma vela com delicadeza, banhando o quarto em uma luz bruxuleante que espelha a vulnerabilidade que ele raramente exibe em campo

O momento se transforma em um ato de intimidade silenciosa: Iola, apesar de muda, comunica cuidado e compaixão através do olhar e dos gestos, enquanto Geralt, acostumado à solidão dos becos e cemitérios, experimenta pela primeira vez um consolo quase maternal, sentindo o peso de suas feridas amenizar sob o toque suave da noviça. Esse breve enlace ilustra não apenas a atratividade física de Geralt — muitas vezes descrita em outras passagens — mas, sobretudo, sua necessidade de contato humano genuíno, rompendo a armadura emocional que ele ergueu como “mal menor” para sobreviver.

Em termos narrativos, o encontro com Iola prepara o leitor para a sequência de diálogos com Nenneke, atuando como um prólogo íntimo que aprofunda o tema da fé e do ceticismo: enquanto Iola representa uma fé pura, silenciosa e intuitiva, Geralt encara o mundo com pragmatismo cortante, questionando se a espiritualidade tem algum lugar em sua vida de aço e vapor. A passagem, curta mas carregada de simbolismo, marca o ponto em que Geralt admite — ainda que silenciosamente — que há forças maiores do que suas poções e espadas, abrindo caminho para as reflexões filosóficas que se seguirão.

“Ela não falou uma só palavra, e, mesmo assim, senti como se ouvisse os cantos antigos do templo, convidando-me a descansar não apenas o corpo, mas também a alma.”

Trecho adaptado de “A Voz da Razão 01”

A voz da razão 2[]

Geralt desperta ainda antes do nascer do sol, com o eco de passos leves vindo do salão principal do Templo de Melitele. Nenneke, envolta em túnica branca, examina suas feridas com expressão austera — cada corte e contusão parece falar de batalhas que ultrapassam o físico. Ela move‑se com precisão ritualística, limpando os curativos sem uma palavra, enquanto Geralt permanece imóvel, sentindo o calor da cítara distante misturar-se ao odor de incenso.

Quando Nenneke menciona o ritual de transe que Iola recém‑realizou, oferecendo‑lhe o mesmo “presente” profético, Geralt ergue apenas um cenho. Anafa pouca fé nos métodos dos templários, ele recusa calmamente:

“Seu silêncio fala mais alto que mil orações. Não preciso de sonhos ilusórios quando cada dia de aço me lembra da realidade.”

Este momento destaca o embate entre ciência e fé: Nenneke, guardiã dos segredos de Melitele, defende o valor do transe; Geralt, sobrevivente do aço e das poções, vê‑o como distração. A luz tênue das tochas arremessa sombras alongadas nas colunas, sugerindo que, mesmo no refúgio sagrado, suas dúvidas seguem-no como espectros.

A voz da razão 3[]

Mais tarde, nos jardins abobadados de heras e fontes, Geralt encontra Iola sentada em pedra lisa, olhos baixos. Ele senta ao lado dela, arrancando uma pétala de flor branca e deixando‑a entre os dedos da noviça. Sem quebrar seu voto, Iola aceita o presente como bênção.

Geralt confessa, quase em sussurro:

“Vejo em sua quietude a força que falta em minhas palavras. Talvez o silêncio seja a prece mais honesta que existe.”

Enquanto as fontes murmuram ao fundo, ambos compartilham um silêncio que fala de perdão e renascimento. Este episódio não só aprofunda o vínculo emocional entre eles, mas revela a necessidade de Geralt por pureza de espírito — um contraponto ao sangue e ao ferro que rege sua vida.

A voz da razão 4[]

Num corredor de vitrais coloridos, onde a luz do entardecer pinta estranhos mosaicos no piso de mármore, Geralt e Nenneke debatem em tom grave. Ela exalta a missão espiritual dos bruxos, que deveriam ser “lâminas santificadas”. Ele retruca:

“Somos contratos ambulantes. Salvamos ou matamos conforme o preço e a necessidade — não segundo mandamentos divinos.”

A cada frase, a tensão cresce: as paredes ressoam com o murmurinho dos fiéis, transformando o debate numa arena ética. Essa passagem aprofunda o tema Destino vs. Livre‑Arbítrio, pois ambos reconhecem que Geralt não escolheu seu caminho — mas ainda pode escolher como trilhar cada passo.

A voz da razão 5[]

Recuando ao pátio interno, Geralt encara três cavaleiros em armadura reluzente, a bandeira de Falwick tremulando ao vento. Tailles, o campeão, ergue a espada. Em vez de um golpe letal, Geralt toca apenas o fio — o som do metal roçando metal ecoa como aviso:

“Um golpe certeiro pode ser o mais misericordioso.”

Quando Falwick percebe que seu campeão está desarmado, abaixa a bandeira. Geralt recolhe a lâmina, e por um instante o pátio silencia. Este confronto simboliza a sabedoria da moderação: a voz da razão muitas vezes fala através de gestos contidos, não de violência.

A voz da razão 6[]

No salão de Azulejos Azuis, Iola aproxima‑se e toca a mão de Geralt. Imediatamente, ele sente vertigens e cai de joelhos, envolto por uma névoa alva. Em sua mente, vislumbres de guerra e perdas se misturam: um exército em chamas, vozes de amigos caídos, o lamento de uma criança.

Ao recobrar a consciência, Geralt sussurra:

“Vi o eco do futuro — não uma sentença, mas um aviso.”

A visão reforça o tema da incerteza do amanhã — mesmo quem empunha a espada não pode controlar o desdobrar dos dias.

A voz da razão 7[]

Ao raiar, Geralt veste sua jaqueta de couro e ajusta a espada na cintura. Iola e Nenneke aguardam em silêncio no portal de pedra. Ele faz um gesto de gratidão, e Nenneke, pela primeira vez, sorri.

Sem dizer adeus, Geralt parte pelo caminho de cascalho, deixando para trás o eco dos sinos do templo. O silêncio que permanece é a mensagem mais clara: mesmo o bruxo solitário aprendeu que, às vezes, a verdadeira força está em escutar a própria voz da razão.

Personagens[]

Os detalhes importantes da trama terminam aqui.

Wiedźmin (série de televisão/versão em filme)[]

Galeria[]

Saga Witcher por Andrzej Sapkowski
Contos
Wiedźmin (obsoleto) | O Último Desejo | A Espada do Destino | Caminho Sem Retorno | Algo Termina, Algo Começa
Livros
O Sangue dos Elfos | Tempo do Desprezo | Batismo de Fogo | A Torre da Andorinha | A Senhora do Lago | Tempo de Tempestade
Adaptações
Wiedźmin (quadrinhos) | The Hexer (filme & série de TV) | Wiedźmin: Gra Wyobraźni (PnP RPG) | The Witcher (video game) | The Witcher 2: Assassins of Kings (videogame) | The Witcher 3: Wild Hunt (videogame)
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