Renfri foi uma princesa, filha de Fredefalk, o príncipe de Creyden, e enteada de Aridea. É um personagem importante no conto “O Mal Menor” (“Mniejsze zło”), no primeiro livro da saga, "O Último Desejo" (“Ostatnie życzenie”), de Andrzej Sapkowski, e é retratada como uma versão sombria e brutal da Branca de Neve.
Em uma de suas viagens, Geralt chega a cidade de Blaviken, onde encontra Stregobor, um mago que estava sendo perseguido por Renfri. Stregobor pede ajuda a Geralt para matá-la. O bruxo não aceita contratos de assassinato, mas por se tratar de um caso “diferente”, resolve aceitá-lo.
Renfri nasceu logo após a tão profetizada eclipse do Sol Negro. Dizem que as meninas que nasciam durante o fenômeno seriam afligidas por uma maldição - A Maldição do Sol Negro -, que as transformaria em impiedosos monstros. Isso preocupou sua madrasta, que recorreu ao Conselho de Magos, após antever no Espelho de Nehalena a própria morte, bem como a de outras pessoas pelas mãos de Renfri. Aridea convocou Stregobor a Creyden para examinar a jovem e constatou que ela estava mesmo
amaldiçoada. Foi então que Stregobor e Aridea, sem atrair a atenção de Fredefalk, planejaram se livrar da moça.
Um caçador foi logo contratado para levar Renfri a uma floresta, matá-la e trazer de volta seu coração e fígado. Em vez de fazer isso, ele sentiu pena dela, mas a estuprou mesmo assim. Ela, então, o matou e em seguida fugiu. Renfri viu-se à deriva, sentindo fome e frio sempre que não podia roubar, embustear ou prostituir-se.
Quatro anos depois ela ganhou notoriedade - passou a ser conhecida como Picança - pela sua inclinação a empalar suas vítimas. Ela também tinha alcançado Mahakam e passado a viver com um bando de sete anões. Durante esse período, Aridea havia contratado assassinos para matar a moça, mas todos falharam.
Picança e seu bando roubavam comerciantes, até que um dia discutiram tão violentamente que nenhum dos anões saiu vivo. Renfri foi a única sobrevivente. Pouco tempo depois, ela foi atrás de Stregobor. Ele, então, lançou-lhe um feitiço que a aprisionou num bloco de cristal, enterrou-a sob as minas dos anões e fez com que toda a estrutura desabasse sobre ela. Para a infelicidade de Stregobor, um príncipe a encontrou, tendo pagado uma boa quantia para reverter a maldição e a levado consigo para seu principado. Não muito tempo depois, Renfri deixou esse principado com sangue fresco nas mãos.
Ela iniciou uma caçada a Stregobor, que dela fugiu diversas vezes: três em Kovir; uma no Vale do Pontar; uma em
Angren, até finalmente se estabelecer em Arcomerânia, em Blaviken. Renfri não desistiu de procurá-lo.
Finalmente, em Blaviken, Renfri chegou o mais perto, até então, de sua vingança.
Geralt conversa com Renfri, conhece sua história e toma simpatia pela garota, chegando a pedir a ela que desistisse da ideia de matar o homem que a destinou a uma vida de dor, tristeza, estupros, prostituição, fome e barbárie. Mas Renfri é impassível e ameça a matar cada um dos habitantes da cidade, até Stregobor sair da torre em que se escondia, e a enfrentar cara a cara. Tratava-se de um blefe, mas o bruxo, temeroso pelas vidas dos inocentes, atacou o grupo de Renfri primeiro, eliminando um a um e enfrentando Renfri por ultimo.
Geralt dobrou um dos joelhos e deu uma estocada com a ponta da espada, atravessando a coxa exposta e a virilha da jovem.
Renfri não emitiu nem um som sequer. Caindo sobre um dos joelhos, largou a espada e segurou com as mãos a coxa perfurada. Por entre seus dedos escorreu um brilhante regato de sangue, caindo no cinturão decorado, nas botas de pele de alce e no imundo pavimento. A multidão, refugiada nas ruazinhas, ondulou e gritou. Geralt guardou a espada. – Não vá embora... – gemeu Renfri, toda encolhida. O bruxo não respondeu. – Estou com... frio... Geralt nada disse. A jovem voltou a gemer, encolhendo-se ainda mais. O sangue, agora jorrando com mais força, preenchia os espaços entre as pedras do calçamento. – Geralt... abrace-me... O bruxo permaneceu calado. Renfri virou a cabeça e ficou imóvel, com o lado esquerdo da face encostado numa pedra. Um fino punhal, até então escondido sob seu corpo, escapou dos dedos inertes. |
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— O Último Desejo - Pg 85-86 - O Mal Menor |
Geralt deixou muitos corpos na rua, e acabou sendo expulso para sempre de Blaviken pela matança. Tal acontecimento lhe rendeu a alcunha de "Carniceiro de Blaviken", do qual ele não se orgulha, pois matou pobres mercenários contratados que mal sabiam se defender.
No filme e na série de TV[]
Diferentemente do conto "O Mal Menor", em que Renfri é descrita como uma mulher alta (quase tão alta quanto Geralt), de olhos azul-esverdeados ("como a água do mar") e cabelos loiros ("cor de palha"), no filme e na série de TV The Hexer, seus olhos e cabelos são bem escuros.
Geralt primeiro a encontra lutando com três homens armados, contratados para matá-la a mando de sua madrasta, Aridea. Diziam que ela era uma mutante e uma bruxa. Ela fugiu o mais rápido que pôde, deixando uma adaga na garganta de um dos homens e Geralt lutando sozinho.
Depois Geralt a encontrou novamente e, após viajarem juntos por um tempo, ela se juntou ao bando de sete anões. Geralt, então, a deixou com os anões, conforme ela desejou.
Anos mais tarde, seus caminhos se cruzaram de novo. Renfri havia montado um bando para si própria e espalhado o terror e o medo. Isso além de boatos sobre ter assassinado a madrasta e o pai. Ela incendiou o templo de Melitele, em Ellander, conforme ordenado por Falwick. Seu fim, assim como no livro, foi nas mãos de Geralt, em Blaviken.
Foi interpretada por Weronika Pelczyńska, como criança, e por Kinga Ilgner, como adulta.